#11 - Escolha suas batalhas (e se vista como quiser)
A última quinta-feira, dia 11, marcou um ano que a OMS declarou pandemia mundial do Corona vírus. Desde então muita coisa mudou, para melhor e para pior.
Não vou entrar no mérito de toda a tristeza, solidão e perdas que enfrentamos - especialmente nessa semana que foi a mais mortal aqui no Brasil desde que foi registrado o primeiro caso de Covid 19.
Vou falar hoje sobre duas das minhas principais táticas de sobrevivência na esperança de que elas também possam te ajudar neste momento em que o isolamento social e o #fiqueemcasasepuder são mais importantes do que nunca.
Confinada com duas crianças (uma de cinco e outra de quatro anos), além de uma cachorro e uma marido maravilhoso, mas muito teimoso, minha primeira descoberta foi que é preciso escolher suas batalhas.
Acontece que precisamos de toda a energia que pudermos diante dos desafios impostos pela pandemia. Se o filho não quer fazer aula de artes pelo Zoom, eu tento entender que ele também está cansado das telas, e que essa pode ficar de lado. Mais importante é participar da lição de Matemática - pelo menos nesse período de alfabetização.
Segunda descoberta: se vestir "normalmente" é coisa de amador. Eu sempre tive um gosto quase infantil. Amo estampas, amo cores, amo roupas com elástico, misturo tudo, descombino. Mas sempre fui muito julgada por isso.
Por nos conhecermos apenas no mundo virtual, muitos de vocês não sabem, mas eu sou uma mulher de quase 1,90m de altura. Quando misturo estampas fico parecendo a Vovó Mafalda. Mas deixei de me importar com isso. Como disse anteriormente: escolha sua batalhas.
Um abraço enorme,
Sarah Germano Mühlen
Crédito: @gabiliisboa
Mural de avisos
- Antes de melhorar é possível que a situação atual piore muito. Uma de nossas maiores armas nessa guerra - sim, devemos tratar a pandemia como uma guerra - é usar a máscara correta. Essa conta no Twitter te ajuda a escolher o melhor modelo (Obrigada pela dica, Nati)
- Outra de nossas formas de defesa é manter distância de pelo menos 2 m. Como saber se estou na distância correta de outra pessoa? Pense, se ela estiver usando perfume, eu consigo sentir o cheiro? Se sim, alguns passos para trás. (Parece cômico, mas essa dica foi dada por um cientista renomado ao New York Times)
- Uma pessoa que teve um caso `leve` de Covid conta quais pequenas coisas a ajudaram nesse período (Em Inglês)
Foto: @oliviamuenter
Coisas boas dessa semana:
Ando lendo:
- Terminei de ler "Todos os Nossos Ontens", da italiana Natalia Ginzburg, e ainda estou digerindo esse livro maravilhoso. Só digo isso: Elena Ferrante não é mais minha escritora italiana preferida
- Um trecho do novo livro de Kazuo Ishiguro, "Klara e o Sol"
Para assistir:
- Essa semana está cheia de mostras online bacanas, como o festival de cinema indiano e o Festival de Cinema de Santos
- Está em cartaz (de graça) o brasileiro lindíssimo e queridinho da crítica "A Via Láctea"
- Uma das melhores séries já canceladas após a primeira temporada, "Dietland" narra a história de um grupo terrorista que pretende destruir a indústria da beleza de dentro. (Disponível no Amazon Prime)
Ando Ouvindo:
- Essa música, essas meninas, essa letra. Amo HAIM
- Essa voz, essa voz, essa voz. O Tiny Desk de Michael Kiwanuka
Outras Dicas:
- Duas edições do Caderno Urdume - sobre artes têxteis - para baixar
- Essa forma ÍNCRIVEL de organizar seu desktop
- Essa é para as piradas por decoração, como eu: o catálogo 2021 da Ikea
"A categoria mulheres é uma longa avenida que cruza com várias outras, entre elas classe, raça, pobreza e riqueza. Percorrer essa avenida significa cruzar outras e jamais significa que a cidade do silêncio tem apenas uma rua ou uma rota importante. Agora cabe questionar as categorias de masculino e feminino, mas também cabe lembrar que a misoginia se baseia numa inabalável crença na realidade dessas categorias (ou tenta reforçá-las demonstrando o papel apropriado de cada gênero)"
Rebecca Solnit, "A mãe de todas as perguntas"
Tudo que eu quero de uma sexta-feira à noite - Foto: @ahothouseflower
Então vamos aos links
- Um dos textos que inspirou a cartinha dessa semana: "Depois da Covid, nunca mais me vestirei normalmente" (Em Inglês)
- Quem ri por último, ri melhor. Quatro anos mais tarde, todos nós viramos o "pai da BBC" (Em Inglês)
- Uma análise sobre o post it amarelo
- "Não, eu não posso ajudar!": até que ponto é saudável estar disponível?
- O efeito da Covid nas nossas amizades (Em Inglês)
- Apenas confie em mim
- Pare de dizer para as mulheres que elas têm síndrome do impostor (Em Inglês)
- Dicas para uma vida mais equilibrada, segundo a Ayurveda
Tesourinho: Essa voz. Essa letra. Essa paz. Esse Teatro Solís em Montevidéu.
@ da Semana
(Com todos seus defeitos, eu ainda AMO o Instagram. Graças a um tantão de pessoas bacanas que criam conteúdo por lá, a rede social é uma das minhas maiores fontes de inspiração)
Eu descobri o Insta da Nati (@nataliademeloalves) pesquisando sobre livros e fiquei por conta de seus comentários literários - e um gosto muito parecido com o meu -, as fotos de suas plantas, sua casinha e tantos outros elementos de seu dia a dia que me dão um pouco de paz nesses tempos tão nefastos.