Esses dias li a frase “as pessoas ainda se casam“ e me peguei assustada com a beleza dessa afirmação e de todo o significado que ela traz consigo. É como Carlos Drummond de Andrade escrevendo sobre a flor que, contra todas as expectativas, nasce na calçada suja e cinza.
O mundo está um horror e como nossos pais, e nossos avós antes deles, acreditamos que não tem mais jeito e o fim dos tempos se aproxima. Mas os bebês ainda nascem.
Tem voto maior de confiança num futuro melhor do que trazer uma criança nova ao mundo?
Perdemos tantos e tão queridos nos últimos anos. Mas as meninas seguem em fila com seus tutus coloridos para a aula de balé.
Existe a ameaça de guerra naquela terra tão distante de onde seus parentes fugiram muito anos atrás. Mas seu filho, sem entender nada disso, brinca com o filhote de gato no chão da sala.
Pandemia, guerra e desastres naturais nos noticiários. Mas as pessoas ainda acreditam no amor e ainda se casam.
Um abraço,
Sarah
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.Dicas da semana
Sobre livros e leituras
- Terminei de ler “Meu nome era Eileen“, de Ottessa Moshfegh, e amei. Você pode ver a resenha completa aqui
- Texto da ensaísta Rebecca Solnit sobre a obra de Virginia Woolf
- O diário em ordem alfabética da autora Sheila Heti
-Casa 1 convida elenco LGBT+ do Teatro Oficina para visitar a poesia de Mário de Andrade
- Personagens loucas na obra de Charlotte Brontë e Elena Ferrante são lembretes de como podemos nos tornar aquilo que mais tememos
- Literatura liberta mulheres para serem terríveis, de “Açúcar Queimado” a “A Pediatra”
-Essa entrevista com a ganhadora do Nobel de Literatura Olga Tokarczuk, autora de “Sobre os Ossos dos Mortos“
Para assistir
- Esqueça do mundo foi cerca de duas horas com “Licorice Pizza”, uma comédia romântica nada óbvia que faz uma homenagem a Hollywood dos anos 1970. Obs. A trilha sonora por si só já é um espetáculo (Em cartaz nos cinemas)
- O diretor espanhol Pedro Almodóvar volta às telas com “Mães Paralelas”. Não é seu melhor trabalho, mas não deixa de ser imperdível ( Disponível na Netflix)
- A Mostra Plural de Cinema LGBTQIA+, que é online e gratuita
Para ouvir
- Um momento de paz com essa música do Robert Plant que é quase uma meditação
-Mitski, a cantora do momento, tem chá no bule mesmo
Outras Dicas
- Saudades do barulhinho ambiente do escritório? Esse site pode te ajudar
Wishlist
- Esse curso
Queria ser gênia, por muito tempo tentei ser, depois aceitei que sou heroína, e que alívio também se tornar quem a gente é
Letrux, em sua coluna na Revista Gama
.Então vamos aos links
- Com pautas de transfobia, racismo e machismo, afinal, 'BBB' muda o mundo?
- A monocultura dos afetos
- Essa entrevista com a mulherada incrível da série “Euphoria“
- Como terminar o relacionamento com seu cabelereiro
- Quanto mais velho a gente fica, mais difícil é de manter nossas amizades
- Propósito de vida ou preocupação eterna: a dor e a delícia de ter filhos
- Como um graveto ressecado inspirou um hospital só para plantas em SP
-A Heineken já teve uma garrafa que podia ser usada na construção de casas
- Se antes seguir as pessoas certas era cool, e deixar de seguir alguém era um manifesto "político", hoje é um ato de autoamor, em prol da nossa saúde mental
- Cintura Fina, travesti temida por policiais e bandidos, nos deixava há exatos 27 anos
“O amor é como o sarampo, todos sofremos com ele um dia. E assim como o sarampo, só nos derruba uma vez”
Jerome K. Jerome, no livro “Devaneios ociosos de um desocupado“
.Tesourinho
Eu assisto “Pequena Miss Sunshine“ quando estou triste
@ da semana
Um pai que costura as roupas para a filha. Tem coisa mais fofa?!
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Guerra e paz, né amiga? Que texto forte