# 25 - Essa ainda é a nossa festa
No feriado de 7 de setembro, querendo escapar da triste realidade daquele dia, assisti a “Jeffrey“, um filme B de 1995 que nunca tinha ouvido falar, mas que acabou me marcando demais e já está no Top 10 da minha vida.
A obra, baseada na peça de teatro de mesmo nome, trata do amor nos tempos mais difíceis da AIDS, quando ainda não havia sido encontrado um tratamento adequado e a doença era considerada um sentença de morte.
O protagonista, Jeffrey, se apaixona - e é correspondido - pelo bartender Steve, que é soropositivo. (Me lembrou demais “O Quarto de Giovanni”, de James Baldwin, não só pela temática gay, mas pelo medo do personagem de se entregar ao amor.)
Esse, no entanto, não é um filme triste, mas uma das comédias mais inteligentes e engraçadas que vi nos últimos meses. Não vou contar muito para não dar spoiler.
Uma das falas dos personagens me marcou demais: “Pense na AIDS como aquele convidado chato que não vai embora, aquele que todos odeiam. Mas você tem que se lembrar: Ei! Ainda é a nossa festa”.
Desde então a frase virou um mantra para mim. E, tomadas as devidas proporções, tento aplicar o raciocínio à minha realidade. Existem aqueles convidados chatos e inevitáveis, os problemas pequenos e grandes do nosso dia a dia, mas ei, essa ainda é a minha festa.
Sarah
Mural de avisos
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📅 Dicas da semana 🕶️
📚 Ando lendo:
- Terminei de ler essa semana o mais novo lançamento da irlandesa Sally Rooney, “Belo Mundo, Onde está Você”. Até o momento é o meu favorito dela. A resenha você encontra aqui
- Estou lendo “Não é um Rio”, da argentina Selva Amada. Apesar de ser um livro fininho, tenho tomado meu tempo para entender todas suas minúcias
- Para os apaixonados pela Elena Ferrante e #ferranters como eu, indico demais a leitura da tese de mestrado da especialista Fabi Secches sobre sua obra
📺Para assistir:
- Como não poderia deixar de ser, vou indicar “Jeffrey”. Uma comédia romântica das antigas com uma mensagem linda. Veja o trailer (Disponível no por torrent no Stremio)
- Um dos filmes mais lindos que já vi - e que inspirou o nome dessa newsletter - está em cartaz no CineSesc Digital. Em “Invasões Bárbaras“ nós acompanhamos a reunião de um professor universitário à beira da morte e seus amigos
🎵 Para ouvir:
- Eu aaaaaaamo a Beyoncé, mas acho essa versão de “Sweet Dreams“ gravada pela banda Big Pink melhor que a dela
- Já que a maioria das minhas últimas indicações tem sido na vibe #oldbutgold, segue mais uma relíquia. O coro infantil de uma escola pública de Nova York cantando “Lizstomania“. Repare na comoção entre as crianças <3
🧶Outras Dicas:
- Eu amo a Brie Larsson e o canal dela no YT realmente deixa meus dias mais felizes
- Guia de primeiros passos para uma vida mais sustentável
- Senhoras e senhores, a Enciclopédia sapatão
Essay on Crying at Night
I am just like my mother. I buy books and tell myself that I am buying wisdom and at the end of my life, I own a house full of books. When I was little, I thought that the water came out of the showerhead because it was crying. This is because I heard my mother crying and thought it was the showerhead.
Ken Chen (2010)
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A Jodie Comer, aka. Villanelle, lendo as cartas de amor da Virgínia Woolf
A única parte boa de envelhecer é que a gente cresce. Para crescer bem é preciso podar, deitar fora o que não serve mais.
Gaía Passarelli
@ da Semana
(Com todos seus defeitos, eu ainda AMO o Instagram. Graças a um tantão de pessoas bacanas que criam conteúdo por lá, a rede social é uma das minhas maiores fontes de inspiração)
Eu simplesmente tenho vontade de morar dentro do feed do Derek Fernandes. Além de tirar as fotos mais lindas, ele também é o mestre da decoração orgânica e tem me inspirado a olhar com mais carinho para os cantinhos daqui de casa
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