Eu não costumo escrever muito aqui sobre maternidade, pois sinto que não existe nada que eu possa dizer que já não tenha sido dito - e talvez de maneira muito melhor.
Mas hoje é o primeiro dia de aulas dos meninos e me vejo inundada de um sentimento misto muito maluco. Alívio e saudades na mesma medida.
A primeira vez que senti isso foi logo nos primeiros dias de vida do meu mais velho. Quando ele finalmente dormia e eu podia ter uns minutos para mim. E, no entanto, passava essas escassas horinhas de paz vendo fotos dele.
Não me entendam mal. Eu amo meus filhos mais do que a minha própria vida. Mas passamos os últimos 60 dias colados. A casa em estado de bagunça permanente - algo que desiquilibra seriamente alguém com TOC, como eu. Minutos de silêncio? Não existem. Ir ao banheiro sozinha? Nem lembro a última vez que isso aconteceu.
Nessa primeira hora de aula, no entanto, não escuto um barulho na casa que não seja feito por mim. Meu chá não esfria, pois não esqueço dele enquanto corro para ajudar alguém a fazer algo.
E no meio dessa paz tão almejada, eu choro. De saudades.
Um abraço,
Sarah
.Mural de avisos
- Para os links com paywall: https://outline.com/
e também tem essa dica …
- Para os artigos em outras línguas, recomendo o tradutor do Google. Não é perfeito, mas ajuda maravilhas.
- Você gosta de receber essa newsletter? Pois eu AMO escrevê-la. Compartilhe com suas amigas que você acha que também podem curtir essa nossa comunidade - e se puder curta no coraçãozinho acima, ajuda imensamente.
.Dicas da semana
Sobre livros e leituras
- Continuo lendo “Destransição, Baby”, de Torrey Peters. Apesar de ser uma delícia de livro, empaquei quando peguei Covid. Quero retomar em breve. Enquanto isso, comecei a ler “Meu nome era Eileen“, de Ottessa Moshfegh - e estou amando.
-Terminei de ler esses dias o livro “Ricardo e Vânia“, do jornalista Chico Felitti - que narra a história do morador de rua que ficou conhecido em São Paulo como “Fofão da Augusta“. A resenha você pode ler aqui
- Continuo no projeto de ler aos poucos o super clássico “Guerra e Paz“, de Leon Tolstói. Estou acompanhando o projeto de leitura conjunta Big Read e lendo um capítulo por dia. Dessa forma, o livro será concluído na última semana do ano
- Uma seleção de livros essenciais que abordam temas LGBTQIA+ feita pela ativista Neon Cunha, cuja venda reverterá uma porcentagem dos lucros para criação de uma biblioteca
- Em “O acontecimento”, Annie Ernaux narra o trauma de um aborto a partir de sua desconcertante voz literária
- Os 100 livros favoritos de Deus aka. David Bowie
Para assistir
- Quais deveriam ser o indicados ao Oscar de 2022, segundo o New York Times
-10 filmes e séries com protagonistas lésbicas e bissexuais
Para ouvir
- “Aquele som era saudade do Brasil”: Macalé, Caetano e o exílio em “Transa”
- … e para quem nunca ouviu, o meu álbum favorito do Caetano
Culinária
- A “sopa mãe“
- Essa receita de Focaccia
- Como fazer cereal de croissant
-Ovos de microndas - não, não fica nojento
Outras Dicas
- Dicas para uma casa mais organizada em 2022
- 7 dicas para decorar uma cozinha pequena sem perder espaço
- Uma ferramenta que te ajuda a conseguir dizer não
- Não consegue meditar? Outras atividades para te ajudar a relaxar
Wishlist
- O clube de leitura “Literatura e Psicanálise”, com a Fabi Secches - especialista em Elena Ferrante
- A leitura conjunta de “Mrs. Dalloway“, da Virgínia Woolf - um dos livros mais lindos que já li
- O curso “Mais do que esposas - um estudo do papel das mulheres na produção dos grandes romances russos”, com a Raquel Toledo, que entende tudo de literatura russa
Amizades que se supõem que existiam e, por conta da polarização, foram rompidas não eram amizade
Mario Sergio Cortella, em entrevista sobre amizade a Gama
.Então vamos aos links
- “Mataram meu filho aqui como matam em meu país”: Mãe do jovem congolês espancado em quiosque na Barra, onde trabalhava, quer justiça e pede ajuda
- Autor de “Maus“ vê proibição de seu livro como um alerta vermelho
- “Fada negra existe?”: memórias sobre Lélia Gonzalez
- A história da minha bota favorita, a Doc Martens
- Hábitos de sono medievais
- Se você já sofreu com a morte de um personagem, ficou com ciúme ou apaixonado por um famoso, pode ser que você esteja vivendo uma relação parassocial
- Sempre ofereça ajuda quando seus amigos forem fazer uma mudança
- Por uma Internet que seja menos shopping
A gente que se importa tem a tendência a carregar a culpa que não é nossa sobre nosso adoecimento, sobre nossas idiossincrasias, nossas incoerências. E é muito fácil falar do que dá certo, difícil mesmo é falar do que dá errado. Assumir que a gente é humano e não uma marca. Que aqueles recortes que a gente vai fazendo, seja no Instagram seja onde for, são só recortes mesmo. Às vezes a gente mesmo se esquece de se ver por inteiro, só vê os pedaços. Mas como boa designer-formada-e-aposentada, preciso lembrar da Gestalt: “para se compreender as partes, é preciso, antes, compreender o todo”.
Cristal Muniz
.Tesourinho
Desenhando com um arquiteto
.Apoie meu trabalho
- Essa newsletter é gratuita e deve continuar assim. Mas caso você queria fazer uma contribuição mensal pelo meu trabalho - e ter a chance de concorrer a um livro por mês -, dê o upgrade de sua assinatura neste link. Se quiser me pagar um café, esse é o link da minha conta no Ko fi e o meu pix é: sarahguiger@gmail.com. Desde já eu agradeço
- A ganhadora do sorteio desse mês foi a Verônica Hoffmann, que vai receber em casa “Um Amor Incômodo“, da Elena Ferrante
Parece que fica um vazio - aquele mesmo vazio que a gente ama preencher. Mas ainda assim, vazio ❤️. E a alegria que é pegar eles na escola e matar as saudades?
Só quem é mãe entende essa mistura de sentimentos da volta às aulas! rs <3